Mamar: para além do leite

A sensação de olhar um bebê mamando ou dormindo depois de mamar é de paz, de serenidade, tranquilidade, quase como uma satisfação plena. Como se tivesse se enchido do que há de melhor no mundo. O leite que alimenta traz junto a mãe que ama. Para além do leite, o que se oferece ao bebê é amor, atenção e cuidado vindos de outro ser que está ali em plena dedicação a ele. E, por trás do leite, há um sujeito realizando algo extraordinário, que exige dele doar-se em diversos níveis.

Olhando um pouco mais esse conjunto todo faz pensar no início da primeira relação do ser humano e como ela pode ser transformadora para todos ao redor. Os sentidos são ampliados, fazendo os que estão perto voltarem a se comunicar primitivamente. O olhar não é só para ver, mas para sentir, estar presente. O mamar não é só para passar a fome, mas também para estar perto do que acalma, do que gera vida e amor. É preciso tocar, balbuciar, chacoalhar, intuir. Todas expressões que se aproximam mais dessa delicada complexidade de comunicação. O ritmo do ninar, o tom de voz, o toque quentinho do colo que acolhe, o sorriso, abrem espaço para uma linguagem profunda de uma mente para a outra.

Gestar, parir e cuidar são de fato atos em que a riqueza do humano vem à tona e nos deixa maravilhados!

Por mais peito! Por mais presença! Por mais humanidade entre nós!

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